"Ganhar um novo prêmio é tão gratificante quanto ver meu trabalho apreciado ou instalado na casa das pessoas. Muitas vezes a sensação do dever cumprido é até maior". Fernando Prado
Escapei de ser arquiteto por pouco . Sou filho de pai e mãe arquitetos, mas descobri que sou muito ansioso para realizar esta profissão, já que os projetos demoram muito para serem executados. Já em desenho industrial eles são mais rápidos e tem um alcance de público muito maior. Como sempre gostei de desenhar e de fazer trabalhos manuais cheguei a conclusão de que seria legal tentar essa profissão.
2) O que representa para você trabalhar e assinar produtos para a Lumini, uma marca tão prestigiada no segmento de decoração?
É um grande prazer. É uma parceria que funciona muito bem, mas é necessário que os empresários tenham boa cabeça para investir em design pois isto é bem raro hoje em dia. Tem melhorado, mas ainda é muito pouco.
3) O trabalho de iluminação é realmente surpreendente, e determina inúmeros elementos criativos em projetos de decoração. A Super Bossa, por exemplo, além de sua beleza exuberante, é muito prática e funcional. Qual foi a principal fonte de inspiração para a sua criação?
No caso da família Bossa, as fontes são diversas, acho que na maioria dos meus trabalhos as fontes de inspiração são muitas e já estão “embutidas” no meu desenho de uma forma até inconsciente. É tudo que já vi, observei e aprendi. Posso citar, genericamente, que entram nessa salada de influências, um pouco de música, natureza, arte, a cultura brasileira e o seu povo, a cultura de outros paises, o trabalho de outros designer e arquitetos e também uma forte influencia do trabalho do meu pai, em uma época da vida em que morava com ele, onde absorvi o prazer pelo desenho.
4) Em que circunstâncias você deixaria de ser designer? ( Não vale dizer ganhar na mega-sena, hein!)
Difícil. Acho que poderia fazer outros trabalhos com publicidade, por exemplo, mas não seria tão feliz e realizado como sou na minha profissão.
5) O prêmio Idea Brasil 2008, de grande destaque no cenário nacional e internacional, elevou o nome de grandes designers brasileiros por seus incríveis trabalhos. Você acredita que este é o melhor momento para que os nossos profissionais conquistem seu espaço diante de países pioneiros desta função?
Acho que sim. Vários designers e empresas tem conquistado grande reconhecimento com os prêmios internacionais, entre eles o Idea, iF, Good Design e Red Dot. Acho que o que falta mesmo para nós é aproximar o empresário do designer aqui no Brasil. Se os prêmios ajudarem a isso a acontecer será realmente muito bom.
6) Entre os 30 prêmios que você já recebeu, qual é o mais significativo para a sua carreira e porque? E quais você ainda gostaria de ganhar?
Acho que tanto o primeiro prêmio nacional (Museu da Casa Brasileira), quanto o primeiro internacional ( iF ) foram muito marcantes. Não sei se os mais importantes, mas foram especiais. Um pouco por serem os primeiros e também pelo significado que tinham quando eu ainda era estudante. Eu ia às cerimônias de premiação e achava que seria muito difícil conquistar um deles algum dia. Ganhar um novo prêmio é tão gratificante quanto ver meu trabalho apreciado ou instalado na casa das pessoas. Muitas vezes a sensação do dever cumprido é até maior.
7) Super Bossa ou Let it Be?
Super Bossa na sala de jantar e Let it Be na cabeceira da cama. (Nessa vou ficar em cima do muro. Já viu um pai dizer que prefere um filho a outro?)
8) A conquista de grandes prêmios eleva ainda mais a expectativa por seus novos trabalhos. Você está trabalhando em algum projeto novo? Pode nos dar detalhes exclusivos da sua nova criação?
Acabamos de lançar a luminária Lift. Acredito ser inovadora e temos tido boas respostas de mercado em relação a ela. Vamos ver como se sai...
9) Se não fosse Fernando Prado, gostaria de ser...
Não tenho ideia
10) Com que tipos de produtos/matérias-primas você prefere trabalhar? E com quais ainda gostaria?
Não tenho preferência. Venho trabalhando cada vez mais como novos materiais e procuro abrir meus horizonte em relação a isso.
11) Se você fosse obrigado a ir para uma ilha deserta, o que você levaria?
Um barco.
12) Além do seu pai que era arquiteto, você teve alguma referência de designer para desenvolver suas criações?
Além do meu pai - o arquiteto Eurico Prado Lopes - tenho vários mestres como referência. Posso citar alguns como Sérgio Rodrigues, Joaquim Tenreiro, Livio Levi, Claudia Moreira Salles, Achille Castiglione, Vico Magistretti, Alberto Meda, Ingo Maurer, Eero Saarinen, Arne Jacobsen, Jacob e George Jensen, Poul Henningsen, entre vários outros.
13) Qual foi a peça de design mais marcante para você, e o que mudou no seu dia-a-dia?
São várias, mas normalmente as mais inteligentes são mais marcantes par mim. Aquelas que você vê e pensa: "Essa eu gostaria de ter desenhado".
14) Você pensa primeiro na matéria-prima pra desenvolver um produto? Como acontece esse inside? Explique esse processo.
Vem tudo junto. Por isso acho importante ser observador e adquirir o máximo de conhecimento possível em cultura, arte, economia, administração, engenharia , marketing, métodos de produção e etc. No processo de criação ajuda muito que toda essa bagagem já esteja no traço.
15) Para você, o portal MD é….
Atual, dinâmico e com conteúdo rico.
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